Desastre económico <br>de grandes proporções
O sector da construção civil e obras públicas atravessa uma situação gravíssima. Uma reduzidíssima carteira de encomendas no mercado nacional e o corte brutal do investimento público com a suspensão ou indefinição de inúmeros projectos de obras públicas, elevadas dívidas ao sector financeiro e significativos pagamentos vencidos e não cumpridos pelo Estado (Administração Central e Local), a impossibilidade prática de acesso ao crédito junto do sistema bancário, são elementos que convergem para um desastre económico e social de grandes proporções.
O resultado está à vista de todos, traduzindo-se no ritmo alucinante de encerramento de empresas, particularmente micro e pequenas, mas não só, fenómeno que inevitavelmente arrastou e arrasta consigo elevadíssimos níveis de desemprego e de salários em atraso.
Num processo em cadeia, a crise está também a levar dificuldades e mesmo ao encerramento de muitas empresas a montante, produtoras e fornecedoras (industriais e comerciais) de factores de produção diversos.
Simultaneamente, o desastre chegou às pequenas economias locais e regionais, onde grandes obras públicas estão em baixo ritmos de execução, ou mesmo paralisadas, decorrente da suspensão ou atraso de pagamentos a sub empreiteiros e trabalhadores.
Por outro lado, o desemprego do sector pressiona o mercado e a desvalorização da força de trabalho, restringe ainda mais o poder de compra, e está a accionar uma enorme vaga de emigração.